A proposta destaca-se na estratégia de intervenção expositiva materializada numa transparência que pretende reforçar a permeabilidade praça/rua. O edifício proposto surge como elemento de remate na praça, destacando-se a leveza e luminosidade que o definem. Esta proposta traduz-se num edifício de resolução funcional simples mas flexível, muito valorizadora do conteúdo museológico face ao espaço público.
O espaço público assume um papel também muito preponderante em toda a intervenção. Foi necessário criar uma entrada e um reflexo do próprio edifício. Nesta lógica, a zona oeste apresenta um espelho de água, que se estende a espaços verdes. A integração com a Praça das Comunidades surge com uma continuidade da área circundante. A necessidade de criar uma separação, mas ao mesmo tempo, manter uma união de malha urbana, assume-se como o objetivo fulcral no desenho do espaço público. Nesse sentido, a elevação existente no antigo mercado desaparece, prolongando o nível existente da praça confinante.
Abordando a materialidade, a ideia de ter um edifício homogéneo e contínuo, reflete-se na utilização de um material único no seu pavimento. A textura de betão afagado, transporta para o seu interior uma sensação de fluidez e integração dos veículos em toda a exposição. O resultado passa por obter uma conexão entre o utilizador e o espaço, mantendo um conforto ao longo da experiência.
Os blocos maciços interiores destinados a assumir as funções restantes, apresentam-se com um material de contraste (betão preto), quase como guias espaciais.
Além de guias, fazem também a (des)conexão com espaço exterior, visto serem capazes de transportar ou desligar o interior do museu, para a zona exterior. O facto de possuírem fachadas transparentes ou totalmente opacas, garante-lhes uma dupla funcionalidade nesse aspeto. Como referido anteriormente, toda a pele do volume é composta por perfis de alumínio espaçados entre 1,5 metros, onde é fixado todo o revestimento em vidro, o material assumidamente maioritário. 
Em suma, a qualidade arquitetónica do edifício e tratamento dos espaços envolventes, garante ao local uma nova imagem. Um novo quotidiano que se espera, em relação com o espaço existente, aliando a história ao futuro, mostrando os grandes feitos da cidade e da história do automóvel e do rally, que a acompanham ao longo do tempo.

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